![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXVn1dDOVMVoAA83xAF7tGTOe6TZyfnX6dxo5U4AfZ8lBIm65_29BCb-45jhE85JwrGivR0cFV6R6scfo_D8YLbgy8zlTrBYQs4pkDlGg-RSdvXT26o69TMDw4Tv4PGsnT4waB/s320/Vila+Hist%C3%B3rica.jpg)
Não alinho na generalização do elogio. Por norma, nos meros apontamentos de leitura que, neste espaço, tenho deixado, só falo em livros a que, no meu insignificante conhecimento, atribuo valor (e, importa referir, há trabalhos sobre os quais me não pronuncio porque, por um motivo ou outro, não li ou a temática me ultrapassa, e poderiam caber, sem qualquer favor, neste sítio. É claro que os autores, dessas obras, e das outras, em nada ficam prejudicados, pois a minha opinião é irrelevante).
Algumas publicações, ora pelas expectativas criadas, quer pelos projectos em que se filiam, fazem recair sobre elas uma maior exigência, um rigor de apreciação mais apurado. É o caso dos livros que, no âmbito da “Terra Rica da Humanidade”, o Município de Ponte de Lima está a editar. Convenhamos que são ambiciosos, com tempo disponível para a sua preparação exíguo, envolvendo múltiplas disciplinas e abrangendo uma imensidão de temas e possibilidades de opções e, recordemos, os responsáveis foram alertando para previsíveis escolhos. Das duas obras já apresentadas, fica-me a percepção de que está a valer a pena o risco, apesar de algumas falhas, principalmente de rigor histórico, discordância quanto à selecção e tratamento de alguns assuntos, quase meros exercícios de publicidade ou louvor de edificações ou iniciativas de discutível valor e menor utilidade, e o vislumbrar, em certos casos, a tentativa de esconder a magreza ou os defeitos de investigação com uma excessiva roupagem laudatória, correndo o risco do ridículo e fazendo entrar no mesmo barco aquilo que se pretende evocar. Mas estas divergências, claro, cabem no direito à minha subjectividade e, por isso, de muito discutível interesse.
Um pouco à margem, na borda, permito-me mais algumas reflexões, suscitadas, não pelas obras ou o seu valor – a que, se souber e puder, voltarei mais tarde (sem esquecer que tinha prometido uma apreciação ao primeiro dos livros publicados) – mas por conceitos, a pretenderem fazer escola, que no decorrer da sua apresentação me pareceram ter estado subjacentes, e que refiro, por comodidade e por palavras que apenas a mim responsabilizam, como “a exclusão dos “velhos”” e “o afastamento ou o apoucamento dos locais”.
A exclusão dos “velhos”. Sem discutir a legitimidade de critérios, e muito menos a bondade e qualidade das escolhas, creio que, quando se trata de saber, ele está onde está, independentemente de idade e formação académica, e é aí, se quisermos a valorização, que o devemos procurar.
O afastamento ou o apoucamento dos locais (embora algumas tristes decisões, recentemente anunciadas, possam levar, os mais incautos, a conclusão inversa). Creio, sem novamente pôr em causa a legitimidade de outros critérios e escolhas, que deveria ser obrigação dos municípios o aproveitamento integral dos conhecimentos dos seus pátrios. Inexistindo estes, a quem obviamente não devem ser concedidas facilidades, então, sim, recorrer a saberes alheios. Mas quando os locais são ignorados por completo, em muitos casos com grave prejuízo para os temas tratados, é a nossa identidade que se vai esvaecendo, a afectividade que se dilui, o potencial de desenvolvimento que sai prejudicado.
Espero ter entendido mal, no que concerne a “exclusão dos "velhos"” e “ao afastamento ou apoucamento dos locais”, que assim não seja.
Algumas publicações, ora pelas expectativas criadas, quer pelos projectos em que se filiam, fazem recair sobre elas uma maior exigência, um rigor de apreciação mais apurado. É o caso dos livros que, no âmbito da “Terra Rica da Humanidade”, o Município de Ponte de Lima está a editar. Convenhamos que são ambiciosos, com tempo disponível para a sua preparação exíguo, envolvendo múltiplas disciplinas e abrangendo uma imensidão de temas e possibilidades de opções e, recordemos, os responsáveis foram alertando para previsíveis escolhos. Das duas obras já apresentadas, fica-me a percepção de que está a valer a pena o risco, apesar de algumas falhas, principalmente de rigor histórico, discordância quanto à selecção e tratamento de alguns assuntos, quase meros exercícios de publicidade ou louvor de edificações ou iniciativas de discutível valor e menor utilidade, e o vislumbrar, em certos casos, a tentativa de esconder a magreza ou os defeitos de investigação com uma excessiva roupagem laudatória, correndo o risco do ridículo e fazendo entrar no mesmo barco aquilo que se pretende evocar. Mas estas divergências, claro, cabem no direito à minha subjectividade e, por isso, de muito discutível interesse.
Um pouco à margem, na borda, permito-me mais algumas reflexões, suscitadas, não pelas obras ou o seu valor – a que, se souber e puder, voltarei mais tarde (sem esquecer que tinha prometido uma apreciação ao primeiro dos livros publicados) – mas por conceitos, a pretenderem fazer escola, que no decorrer da sua apresentação me pareceram ter estado subjacentes, e que refiro, por comodidade e por palavras que apenas a mim responsabilizam, como “a exclusão dos “velhos”” e “o afastamento ou o apoucamento dos locais”.
A exclusão dos “velhos”. Sem discutir a legitimidade de critérios, e muito menos a bondade e qualidade das escolhas, creio que, quando se trata de saber, ele está onde está, independentemente de idade e formação académica, e é aí, se quisermos a valorização, que o devemos procurar.
O afastamento ou o apoucamento dos locais (embora algumas tristes decisões, recentemente anunciadas, possam levar, os mais incautos, a conclusão inversa). Creio, sem novamente pôr em causa a legitimidade de outros critérios e escolhas, que deveria ser obrigação dos municípios o aproveitamento integral dos conhecimentos dos seus pátrios. Inexistindo estes, a quem obviamente não devem ser concedidas facilidades, então, sim, recorrer a saberes alheios. Mas quando os locais são ignorados por completo, em muitos casos com grave prejuízo para os temas tratados, é a nossa identidade que se vai esvaecendo, a afectividade que se dilui, o potencial de desenvolvimento que sai prejudicado.
Espero ter entendido mal, no que concerne a “exclusão dos "velhos"” e “ao afastamento ou apoucamento dos locais”, que assim não seja.
Sem comentários:
Enviar um comentário