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Com indignação, num mundo varado pelo flagelo da II Grande Guerra, o jornal Cardeal Saraiva, de 18 de Março de 1943, sem “deixar de assinalar que o Carnaval é um meio apreciável para certos negócios”, convocava as consciências referindo que “vai sendo contudo tempo de mostrarmos a nossa evolução social por uma renúncia total a tudo quanto deprime e envergonha.”
E “não faz sentido que os homens rebaixem, em maré livre de três dias, tudo quanto a dignidade e a ponderação humanas têm de mais belo: a compreensão duma fraternidade que exige de nós a partilha comum do sofrimento humano.”
Remata, com justificado azedume, dizendo que se folgou “na nossa casa de espectáculos e na Assembleia Limarense” enquanto “o mundo vai sangrando!...”
E “não faz sentido que os homens rebaixem, em maré livre de três dias, tudo quanto a dignidade e a ponderação humanas têm de mais belo: a compreensão duma fraternidade que exige de nós a partilha comum do sofrimento humano.”
Remata, com justificado azedume, dizendo que se folgou “na nossa casa de espectáculos e na Assembleia Limarense” enquanto “o mundo vai sangrando!...”
Para ajudar a esta insensibilidade pasmosa, sabemos, pela propaganda, em cartaz feito na Tipografia Guimarães, aos “dois interessantes bailes” no Teatro Diogo Bernardes, entre surpresas e Revistas de Guerra (notícias cinematográficas), que “será negada a entrada aos cavalheiros que não tragam gravata” (ao que parece, o decoro apenas não permitia o uso das tradicionais “máscaras”), e, pasme-se, “às damas que não levem calçado de sola” (creio que o meu avô Ovídio e os restantes sapateiros do burgo não meteram sovela e linha nesta estranha decisão).
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