Foram os traçados da nossa ancestralidade
que os aproximaram – em meados dos anos 60 do Século XX – um como Mestre (o
Padre Manuel Dias) outro como “Irmão Leigo”(1) (o Luís Dantas), e, desde
então, caminharam conversando, enredando os saberes e os anseios, multiplicando
interesses e abrindo perspectivas.
Ao Padre Manuel Dias solicitou o Luís
Dantas apoio, aquando da preparação do seu primeiro livro, Pedras Verdes,
distanciados pelos mares (o Luís Dantas estava na Guiné a cumprir o seu serviço
militar), unidos pelo fazer cultural.
Na actualidade, levado o Luís Dantas do
nosso convívio, o Padre Manuel Dias recorda que acompanhou “a evolução deste autor com muito agrado,
porque estava a despertar ali um literato…”, e lamenta o seu
desaparecimento que “em pujança criativa
representa uma perda grande… agora que ele estava a ficar maduro… que estava a
ser rico… a maneira dele falar e de investigar era uma coisa profunda!...”.
Diz-nos que “era um valor que ia passando depressa sem se revelar… e agora que se
estava a revelar!...”.
Refere-nos que a sua escrita tinha a
riqueza da conjugação do “popular,
tirado das conversas com as figuras de Ponte de Lima, com o literato… essas
tertúlias de Lisboa fizeram-lhe muito bem… é realmente um intelectual!...”
senhor de uma escrita digna da primeira água dos criadores.
E o resto fica subentendido nos calares
que uma cumplicidade de quase 50 anos deixa exprimir.
(1) - Padre Manuel Dias, Limiana, Limici, Ponte de Lima, 1993, pp. IX.
[Publicado na Limiana – Revista de Informação, Cultura
e Turismo, Ano V – N.º 24 – Outubro de 2011]
6 comentários:
Se existe um testemunho de limianismo ,uma cultura partilhada .O padre Dias e o Luís Dantas,infelizmente desaparecido tão cedo do nosso convivio.Eles deixam ,o padre Dias felizmente ,continua entre nós,uma herança às futuras gerações da nossa terra.
JB
Por estes tempos de indigencia ,refiro-me às coisas do espirito,trazer à nossa lembrança os valores da cultuta e do limianismo é sempre importante.
Conheço o percurso do Padre Manuel Dias,homem culto,estudioso e de uma grande sensibilidade e sabedoria. Quanto ao escritor Luis Dantas deixou-nos uma obra,com alguns livros de grande plenitude literária . A sua partida deste mundo,em plena fase criativa, deixa um vazio cultural e humano muito grande.
L.Gonçalves
Dois homens de boa vontade e cultura reconhecida.
Mas na minha opinião o Padre Manuel Dias,um home discreto ainda não recebeu, em Ponte de Lima , o merecido reconhecimento.
O historiador Luís Dantas partiu cedo de mais.Ainda um mês antes,Março de 2011,o encontramos em Ponte de Lima,aquando da entrega pelo Municipio da Medalha de mérito cultural. Não esquecemos a sua singular alegria de viver e que a todos se estendia.
Luís Pereira de Magalhães
Padre Manuel Dias e Luís Sousa Dantas, 2 gerações de limianos com uma cumplicidade cultural muito grande ao longo dos anos.
Dois homens discretos que, de uma certa forma,deixam a sua herança de limianismo .O mais novo, o Luis, deixou-nos muito cedo.
JL
O Luís Sousa Dantas e o Padre Manuel Dias são duas figuras gradas da nossa cultura.
Numa altura em que se procura abrir portas à pior mediocridade.
A hora é de defender os valores cativos e maiores da herança do nosso limianismo.
Fernandes Trigo - Lisboa
O padre Manuel Dias e o escritor Luis Dantas ,como acima muito bem se diz,representam o que de melhor,culturalmente existe,do nosso limianismo.Que Ponte de Lima nun ca deles se esqueça. O Luís partiu cedo,com tanto para nos dar ainda . O padre Dias é um testemunho vivo dos nossos valores.
JBP
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