quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Aquela Noite!... no Teatro Nacional,

(Anúncio publicado no Diário de Lisboa, n.º 3978 de 9 de Dezembro de 1933. A referência ao dia 8 é gralha, devido à estreia ter estado anunciada para esse dia.)

pela Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro.*


No Teatro Nacional D. Maria II (então, Almeida Garrett) estreou-se a 9 de Dezembro de 1933 a peça do escritor húngaro Lajos Zilahy (1891-1974), Tuzmadar, original de 1932, com o título, em português, Aquela Noite!... adaptada e traduzida por Virgínia Vitorino, a partir da versão francesa de Denys Amiel.
A peça foi recebida favoravelmente pela crítica e, no Diário de Lisboa, de 3 de Janeiro de 1934, após anteriores opiniões positivas, escrevia-se que "o público compreendeu, finalmente, que a peça em cena no teatro Nacional... é uma verdadeira obra-prima do teatro moderno e todas as noites enche o nosso primeiro teatro de declamação, para aplaudir, não só a obra, que é dum alto interesse dramático mas também o desempenho, que é dos mais perfeitos que temos visto em teatros portugueses.
Palmira Bastos e Alves da Cunha têm duas autênticas criações nos dois primeiros papéis da peça; Amélia Rey Colaço desempenha a primor um papelinho secundário; Robles Monteiro realiza com muita inteligência um tipo de director da Polícia de Investigação de Budapeste; Maria Lalande dá, com frescura e vibração dramática, a figura duma rapariga moderna; Tarquínio Vieira desempenha com muita correcção o papel de "grande actor"."
A peça permaneceu em cena de 09/12/1933 a 10/01/1934. Teve encenação de Robles Monteiro, cenários de Manuel de Oliveira, direcção de execução de cenários de Amélia Rey Colaço, guarda-roupa de Álvaro Costa e cabeleiras de Victor Manoel.
Com um autêntico elenco de luxo, participaram no desempenho os actores (personagens):
-Alves da Cunha (Miguel Lovasdi)
-Robles Monteiro (O director da Polícia)
-José Moraes (o administrador Halasz)
-Tarquínio Vieira (Balkany)
-José Cardoso (criado)
-João Villaret (Szamozi)
-João Lopes (o porteiro)
-Delmiro Rego (Comissário de Polícia /Carteiro)
-Álvaro Benamor (Pfeiffer)
-Manuel Carvalho (Groom/Um estudante)
-Enrique Santos (um sujeito velho)
-Teodoro Santos (o médico)
-Guimarães Brazão (um velho músico)
-Pedro Lemos (um rapaz)
-F. Rodrigues (outro estudante)
-José Alves (um polícia)
-Palmira Bastos (Carlota Lovasdi)
-Maria Lalande (Isabel)
-Isabel Maria (Alice)
-Amélia Rey Colaço (Yolanda)
-Maria Clementina (Madame Mousquet)
-Maria Brazão (uma criada)
-Emília de Oliveira (Madame Aranyos)
-Elzbeth Gordan (uma garota)
-Georgina Guimarães (uma senhora velha)
-Clotilde Xavier (outra senhora velha)
-Et al. (inquilinos, polícias, agentes, empregados, fotógrafos, músicos)
* - A Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro era, desde 1929, a concessionária do Teatro Nacional, após concurso.

Fontes: CetBase; Diário de Lisboa.

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