Passou no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, com o título de “O Cantor Louco”. A Portugal parece ter chegado com a tradução literal do original norte-americano, “The Jazz Singer” para “O Cantor de Jazz”, e foi exibido, pela primeira vez, no Odeon, de Lisboa, em 27 de Fevereiro de 1929.
Para muitos, “The Jazz Singer”, dirigido por Alan Crosland (EUA, 1894-1936), tendo como principal actor Al Jolson, terá livrado a Warner da falência. Estreado em Nova Iorque, a 6 de Outubro de 1927, é considerado o primeiro filme falado da história do cinema. Na apreciação do jornal Cardeal Saraiva, o que se salientou, na longa-metragem que os frequentadores do Teatro Diogo Bernardes viram a 6 de Março de 1932 , foi “a sua intensa vida dramática, ...a justeza da música magnífica e soberba interpretação”. Estranhamente, sobre os diálogos e as canções nem uma palavra.
Para muitos, “The Jazz Singer”, dirigido por Alan Crosland (EUA, 1894-1936), tendo como principal actor Al Jolson, terá livrado a Warner da falência. Estreado em Nova Iorque, a 6 de Outubro de 1927, é considerado o primeiro filme falado da história do cinema. Na apreciação do jornal Cardeal Saraiva, o que se salientou, na longa-metragem que os frequentadores do Teatro Diogo Bernardes viram a 6 de Março de 1932 , foi “a sua intensa vida dramática, ...a justeza da música magnífica e soberba interpretação”. Estranhamente, sobre os diálogos e as canções nem uma palavra.
Já o mesmo se não pode afirmar do advento do “Sonoro”. O profícuo gazetilheiro Malafaia Neto, no papel de Pai-Paulino, tinha, a 25 de Fevereiro, com a ironia e qualidade da sua escrita, publicado nas páginas do jornal Cardeal Saraiva estas saborosas quintilhas:
Pinto, Pimenta e Morais
Trazem a vila alarmada,
Tal qual o Teodoro,
Com a vinda do Sonoro...
No cartaz anunciada.
Realmente cá p’ra terra
É um sucesso de escacha
Ver na tela os figurantes
Com as cantigas constantes
E volta e meia à laracha!
No cinema que cá temos
Também há sonoridade
Quando a fita tem chalaça,
Porque o Zé, achando graça,
Dá risadas com vontade.
Vamos, porém, ao Sonoro...
Ver a Arca de Noé
Assim como o Cantor Louco
Dizem que já não é pouco
E, na verdade, não é.
A Empresa gostará
Ouvir um som de primeira
No aparelho estreante
Mas que seja mais cantante
De escudos na bilheteira...
Pinto, Pimenta e Morais
Trazem a vila alarmada,
Tal qual o Teodoro,
Com a vinda do Sonoro...
No cartaz anunciada.
Realmente cá p’ra terra
É um sucesso de escacha
Ver na tela os figurantes
Com as cantigas constantes
E volta e meia à laracha!
No cinema que cá temos
Também há sonoridade
Quando a fita tem chalaça,
Porque o Zé, achando graça,
Dá risadas com vontade.
Vamos, porém, ao Sonoro...
Ver a Arca de Noé
Assim como o Cantor Louco
Dizem que já não é pouco
E, na verdade, não é.
A Empresa gostará
Ouvir um som de primeira
No aparelho estreante
Mas que seja mais cantante
De escudos na bilheteira...
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