Setembro, 17, 18 e 19 (sábado, domingo e segunda-feira).
Comissão: Abílio de Sá Lima (Presidente), Adinamérico Fernandes Pinto, Manuel Alves Martins, José Araújo da Silva Ligeiro, Joaquim Eusébio do Vale, Abel Coelho da Silva Braga, Carlos Pinto da Silva, João José da Silva Pereira, Augusto Pereira Cerqueira, Manuel da Silva Fernandes, José da Cunha de Sousa, Acácio de Lourdes (propostos pelo Presidente da Comissão do ano findo – posse 8/3/1977).
Comissão: Abílio de Sá Lima (Presidente), Adinamérico Fernandes Pinto, Manuel Alves Martins, José Araújo da Silva Ligeiro, Joaquim Eusébio do Vale, Abel Coelho da Silva Braga, Carlos Pinto da Silva, João José da Silva Pereira, Augusto Pereira Cerqueira, Manuel da Silva Fernandes, José da Cunha de Sousa, Acácio de Lourdes (propostos pelo Presidente da Comissão do ano findo – posse 8/3/1977).
Este ano, destacamos a Exposição sobre a Vida do Linho, no Instituto Limiano – Museu dos Terceiros e, ainda, o aparecimento, no dia 17 de Setembro, da reedição dos Anais Municipais de Ponte de Lima, passados 39 anos da primeira edição e, ambas, lançadas durante as nossas festas concelhias.
De resto, o costume: música e dança, bulício e diversão. E negócio...muito negócio. Tudo isto, ou quase tudo, aqui fica, com a devida vénia, nesta produção poética irónica de Cláudio Lima, abaixo transcrita, e retirada do jornal Cardeal Saraiva, n.º 2745, de 16 de Setembro de 1977.
feira cabisbaixa
o título não é meu, a feira é nossa.
eu fui à feira, à feira cabisbaixa
das populares trocas e baldrocas.
vi lá muito romeu de colete e faixa
e muita julieta de corpete e socas.
vi mulheres de negro a venderem rosca,
legumes, tremoços, caçarolas, trapos
e um pelintra de maquineta tosca
a tirar retratos.
vi uma lasquinha saloia a exibir os dentes
ralos e cariados, numa assembleia
em que um vendedor de cobertores quentes
dizia ao megafone asneiras de mão cheia.
vi um pedinte chagado à esquina de um tasco
tresandando a zurrapa e a sardinha
e um pantomineiro a mostrar num frasco
a ténia secular que nos definha.
vi uma cigana a ler a sina
a um magala hercúleo e vivaço;
ela a decifrar-lhe a sorte mais benigna,
ele a arrotar larachas e bagaço.
vi um castiço contratador de gado
de olhos piscos, a falar pelos cotovelos.
a não dar qualquer conta do recado,
a confundir lercas com vitelos.
e vi um velhote marreca e folgazão
a puxar as goelas à sanfona
- foi quando a feira ganhou animação
e uma alegria inesperada veio à tona.
o dos cobertores dançou com a lasquinha,
o do gado atracou-se à dos tremoços
e até o lázaro endireitou a espinha
sentindo um milagre a trespassar-lhe os ossos.
toda a negociata foi interrompida,
a sanfona iludiu cuidados e lazeira
num rodopio de vira, numa rebatida
- o ponto alto da cabisbaixa feira.
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