quinta-feira, 1 de maio de 2008

Como se designam os naturais e habitantes de Ponte de Lima?

Em 1960, no seu “Arquivo histórico do Limianismo”, no jornal Cardeal Saraiva, de que foi fundador, António Ferreira atribuiu ao padre Cunha Brito, que em Ponte de Lima leccionou na Escola Municipal Secundária, a responsabilidade pela vulgarização do uso do substantivo ponte-limense (na altura, grafava-se pontelimense), para designar os naturais de Ponte de Lima. Acrescenta que, até então, princípios do século XX, era quase exclusivo o vocábulo limarense, posto em causa pelo Padre Cunha Brito, devido ao modo irregular da sua formação, propondo, em substituição, limiense (cujo uso não vingou) ou, o já referido, pontelimense.
Como sabemos, as versões actuais dos dicionários acolhem os vocábulos ponte-limense e limarense para designar os naturais e os habitantes de Ponte de Lima (cf., por exemplo, Figueiredo, Cândido, Grande Dicionário de Língua Portuguesa, 25.ª edição, Bertrand Editora, 1996, [actualização de Lino, Teresa, e Costa, Rute], ou Machado, José Pedro, [coordenação], Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Círculo de Leitores, 1996), e eram já os considerados certos por Júlio de Lemos, em 1956, nas páginas do jornal Cardeal Saraiva, o primeiro por ser admitido por nomes como Cândido de Figueiredo e Óscar de Pratt, e o segundo por ter sido o adoptado pelo povo,“empregando-o igualmente as pessoas cultas e até os eruditos, como D. Santiago Garcia de Mendoza e o Prof. Miguel de Lemos”.
E concluía Júlio de Lemos: “não hesitemos, os de Ponte, em chamar-nos limarenses ou pontelimenses.”

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