De acordo com Zeca Afonso, o seu avô
materno e ponte-limense, Domingos José Cerqueira “ (…) introduziu o culto da árvore nas escolas”[1] , e outro nome relacionado
com esta vila minhota, Delfim Guimarães, é indissociável à Festa da Árvore que,
a Portugal, chegara em 1907, por mãos republicanas.
Em 1913 também o concelho de Ponte de Lima
acolheu esta celebração, com relevância para a freguesia de Vitorino de Piães[2]. Num domingo, dia 9 de
Março, pelas 13 horas, na escola do sexo feminino, a sessão solene teve início,
presidindo a professora oficial, Maria A. Leite Vilaça, e a cargo de João
Carvalho, de Braga, ficou a explicação da importância da festa, e a
demonstração de “não haver incompatibilidade com a religião”.
Cantou-se o Hino das Escolas e uma menina
recitou “uma comovente alocução à árvore”. Em teatralização, as crianças
Casimira da Costa e Sousa e Amaro Barreto “mostraram o encanto e utilidade da
festa”.
O
cortejo que se seguiu, até ao local destinado à plantação, era aberto por um
aluno, empunhando a bandeira nacional. Em seguida, um aluno de cada uma das
escolas transportando as árvores a serem plantadas, “adornadas com fitas das
cores nacionais”, alunas e alunos com pequenas bandeiras nacionais, “diferentes
instrumentos agrícolas de madeira”, cedidos pelo professor da Sé, Braga, José
Gomes Barros, e, fechando o cortejo, antes “da imensa multidão de povo que
assistiu à festa”, a banda musical de Cabaços.
Concluída
a plantação, e o uso da palavra pelo professor oficial José Pedro Gonçalves,
regressou “o cortejo pela mesma forma à escola”. Depois da recitação do hino da
Árvore, pelo menino João Oliveira Caridade, e para conclusão, foi “distribuída pelas
crianças uma merenda, constando de pão, figos e vinho”.
O fotógrafo amador João Carvalho tirou “diversas
fotografias”[3]
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