quinta-feira, 21 de março de 2013

1913 - Festa da Árvore em Ponte de Lima


    De acordo com Zeca Afonso, o seu avô materno e ponte-limense, Domingos José Cerqueira  “ (…) introduziu o culto da árvore nas escolas”[1] , e outro nome relacionado com esta vila minhota, Delfim Guimarães, é indissociável à Festa da Árvore que, a Portugal, chegara em 1907, por mãos republicanas.
     Em 1913 também o concelho de Ponte de Lima acolheu esta celebração, com relevância para a freguesia de Vitorino de Piães[2]. Num domingo, dia 9 de Março, pelas 13 horas, na escola do sexo feminino, a sessão solene teve início, presidindo a professora oficial, Maria A. Leite Vilaça, e a cargo de João Carvalho, de Braga, ficou a explicação da importância da festa, e a demonstração de “não haver incompatibilidade com a religião”.
     Cantou-se o Hino das Escolas e uma menina recitou “uma comovente alocução à árvore”. Em teatralização, as crianças Casimira da Costa e Sousa e Amaro Barreto “mostraram o encanto e utilidade da festa”.
      O cortejo que se seguiu, até ao local destinado à plantação, era aberto por um aluno, empunhando a bandeira nacional. Em seguida, um aluno de cada uma das escolas transportando as árvores a serem plantadas, “adornadas com fitas das cores nacionais”, alunas e alunos com pequenas bandeiras nacionais, “diferentes instrumentos agrícolas de madeira”, cedidos pelo professor da Sé, Braga, José Gomes Barros, e, fechando o cortejo, antes “da imensa multidão de povo que assistiu à festa”, a banda musical de Cabaços.
     Concluída a plantação, e o uso da palavra pelo professor oficial José Pedro Gonçalves, regressou “o cortejo pela mesma forma à escola”. Depois da recitação do hino da Árvore, pelo menino João Oliveira Caridade, e para conclusão, foi “distribuída pelas crianças uma merenda, constando de pão, figos e vinho”.
     O fotógrafo amador João Carvalho tirou “diversas fotografias”[3]
      



[1] -José Carlos Loureiro (http://anunciadordasfeirasnovas.blogspot.pt/2009/08/proposito-dos-80-anos-de-zeca.html)
[2] - O Comércio do Lima, n.º 331, 15 de Março de 1913.
[3] - Não conhecemos nenhuma.

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