domingo, 26 de novembro de 2006

OS AMIGOS DO RIO LIMA

De pé: António de Magalhães, P.e Araújo Calheiros, Conde d'Aurora e António Ferreira.
Sentados: João Gomes de Abreu Lima, Conde de Bertiandos e Francisco de Abreu Maia.



A 22 de Novembro de 1922 reunia, na Torre de Refoios, um grupo de homens de cultura.
A iniciativa partiu de António de Magalhães, filho da então proprietária, e tinha como objectivo a proposta de relançamento do Almanaque de Ponte de Lima, publicação anual surgida em 1907, numa edição da Empresa do Jornal O Commercio do Lima, com o título de Almanach Illustrado do Jornal O Commercio do Lima (ou Almanach - Almanaque, a partir de 1908 - Illustrado do Commercio do Lima).
Esse Almanaque, cujo primeiro (1907) e segundo (1908) volume foi dirigido pelo P.e António Luiz Fernandes, o terceiro (1909) por António de Magalhães, e o quarto (1910), ainda da responsabilidade da Empresa do Jornal O Commercio do Lima, mas com o título de Almanaque de Ponte de Lima, por Francisco de Queiroz, não mais havia sido publicado, apesar de o jornal, de nítido cariz republicano, subsistir até aos fins de 1919.
Ressurgiu, efectivamente, e com a direcção de António de Magalhães e o título de Almanaque de Ponte de Lima, 1923 (5.º vol.), publicando-se, ainda, os de 1924 (6.º vol., com direcção de Júlio de Lemos), 1927 (o 7.º vol., dirigido por Artur Pinto Osório) e 1933 (o 8.º vol., com direcção de Rodrigo Abreu) e alterando, no título, Ponte de Lima para Ponte do Lima.
Nessa reunião de 22 de Novembro de 1922, para além da decisão acerca do Almanaque, António Ferreira leu duas poesias suas, até então inéditas – Pieira de Lobos e Galgo Preto – inspiradas nas lendas que o Conde de Bertiandos, outro dos presentes, tinha, com qualidade literária, recolhido no seu livro de 1898.
Os participantes deixaram as suas impressões registadas no livro de visitas e ficaram conhecidos pela designação de “Os Amigos do Rio Lima”.
Dos sete, dois não eram naturais do concelho: João Gomes de Abreu de Lima e o Conde de Bertiandos.
A influência e intervenção de “Os Amigos do Rio Lima” continuou. Júlio de Lemos, nos aditamentos aos Anais Municipais de Ponte de Lima (1938), sugeria o preenchimento dos lugares dos falecidos João Gomes de Abreu de Lima, Conde de Bertiandos e Francisco Pereira de Abreu Maia por Rodrigo Luciano de Abreu Lima, Teófilo Maciel Pais Carneiro e Francisco Teixeira de Queiroz.
Bibliografia:
Lemos, Miguel Roque dos Reis, Anais Municipais de Ponte de Lima, Ponte de Lima, 1938.
Vieira, Amândio de Sousa, Ponte de Lima Outros Tempos, 1858-1949, Ponte de Lima, 1994.

Sem comentários: