(O MUTUALISMO EM PONTE DE LIMA)
A imprensa de Ponte de Lima anunciava, em Outubro de 1866 (O Echo do Lima), o movimento para a formação da denominada Sociedade Artística Limarense, apresentada como "Caixa economica Monte-pio".
Em fins de Novembro, do mesmo ano, noticiava-se uma reunião dos "artistas que pretendem fundar n'esta villa um monte-pio d'aquella classe" e a escolha, nela, dos senhores Dr. Joaquim Geraldo Alvares Vieira Lisboa, Agostinho José Taveira, Dr. António de Magalhães Barros Araújo Queirós, Manuel da Costa e João da Cunha Lima, para a elaboração dos estatutos (O Echo do Lima, n.º 30, de 22 de Novembro).
Esta Sociedade, que desconhecemos se terá sido a primeira, do género, em Ponte de Lima, ao que sabemos, - e faltam-nos elementos que permitam uma análise conclusiva – pouco durou.
O Commercio do Lima, n.º 277, de 16 de Março de 1881, ao noticiar o estertor do “Banco de Ponte do Lima”, então em processo de liquidação, lamentava os “estabelecimentos úteis que Ponte do Lima criou em diversos tempos e por suas mãos asfixiou e assassinou – uns por força maior, outros por mero gosto de niilistas.”
Enumerava, em seguida, os desaparecidos, Hospital dos Lázaros; Albergaria dos Peregrinos; Hospital S. João de Deus; Sociedade Económica dos Amigos do Bem Público; Casa de Caridade para inválidos; Fábrica de cobertores de lã; Fábrica de curtumes, no Pinheiro e Arcozelo; Fábrica de seda em rama; Associação dos Artistas; Montepio dos Artistas e Caixa Económica, no Banco de Ponte do Lima, apenas inaugurada.
Com azedume, o articulista, concluía: “Está visto. Ponte do Lima quer tudo e não quer nada: julga-se na altura e com forças de possuir todos os bons estabelecimentos e instituições úteis, - inaugura-as, e depois dá-lhes garrote.
Restam-lhe, de tudo quanto tem criado de bom, - o Hospital da Misericórdia, o Asilo de infância desvalida, e o Asilo Camões de inválidos, este em embrião ainda.
Deus os salve da sorte dos outros onze referidos cujos títulos pertencem à história “.
No que concerne ao mutualismo, encontramos, mais de três anos volvidos, em 1884, no Jornal do Minho, n.º 3, de 7 de Outubro, notícia de uma nova associação, em formação, por iniciativa de comerciantes locais, e com a finalidade de auxílio mútuo, entre todos os sócios. Não sabemos o destino desta nova tentativa, nem se outras surgiram, entretanto. Certo é que em 1907 ganha corpo a denominada Sociedade dos 31, que virá a vingar como Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Ponte de Lima. É seu iniciador Joaquim José Vieira, que, com Manuel Rodrigues de Amorim (presidente), Luís Augusto Villemin, José de Lima Franco e Francisco Pereira Campos, forma a comissão instaladora.
Em 3 de Maio de 1908 tem, esta novel associação, sessão inaugural solenizando a sua fundação.
Muitos se lembram, ainda, desta associação, por onde passaram, como dirigentes e sócios, várias gerações de ponte-limenses.
Voltaremos à sua história.
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