quinta-feira, 14 de junho de 2007

Teatro D. Fernando - Espectáculo de Gala


Na noite do dia 10 de Junho de 1880, culminando as diversas iniciativas que em Ponte “do” Lima se organizaram na data do terceiro centenário do falecimento do poeta Luís de Camões, o Teatro D. Fernando, com lotação completa, recebeu um espectáculo de gala e fins beneficentes, revertendo o saldo a favor do futuro Asilo de Inválidos Camões.
As reservas, para o espectáculo, puderam ser feitas no estabelecimento do Sr. José Maria Marinho d’Aguiar & C.ª, e, antes da representação teatral, abriu o pano do palco mostrando, ao fundo, o “busto do imortal Camões” ladeado pelos actores e tocando a orquestra o Hino Nacional (o Hino da Carta Constitucional).

Depois, o estudante Alexandre de Sousa e Silva recitou o “Poema de Camões”, de Teófilo Braga.
Seguiram-se a drama “Cinismo, Cepticismo e Crença”, que o jornal O Commercio do Lima considerou mal escolhido, interpretado pelos amadores locais Virgílio Martins da Costa, António Emílio Fernandes d’Oliveira, José Maria Marinho d’Aguiar, Manuel de Fontes Pereira Lima e António Amândio de Vasconcelos, e a comédia “Os Estroinas”, com José Joaquim de Sousa, António Afonso Ferreira, Júlio Pereira Pinto, José Manuel da Silva Lima e Manuel Evaristo Coelho. Para ambas as peças foi necessário contratar uma actriz – Amélia d’Oliveira, cremos – que, curiosamente, originou a maior parcela das despesas efectuadas (14$550, do total provisório de 32$885). A culminar a gala o Delegado do Procurador Régio, Dr. António Xavier de Sousa Cordeiro (Torres Vedras, 20 de Novembro de 1844 - Ponta Delgada, 17 de Novembro de 1903), recitou uma poesia, da sua autoria e composta propositadamente para o acto, que muito agradou e foi posteriormente editada, revertendo o produto da venda a favor do Asilo em criação.
Sobre esta récita, referindo alguns pormenores não coincidentes com os noticiados pelo redactor do jornal e que estão na base da descrição acima efectuada, também no jornal O Commercio do Lima, A. Tudella e Vasconcelos publicou a crítica, com pingos de galanteio e humorismo, que se segue:

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