sábado, 23 de junho de 2012

O S. João, em 1866.

   

     Não tendo terminado a construção da nova “ermida do sancto” e “devido por certo ás grandes despezas que se teem feito”, na mesma, “a festividade em honra de S. João que n’esta villa costumava fazer-se todos os annos com pompa, e de um modo convidativo, não satisfez este anno a espectativa publica”. 
   Assim, no sábado, 23, “houve à noute singela iluminação, e algum fogo de artifício”. No domingo, 24, “percorreram as ruas poucos grupos de baile”. 
    Mas, o que mais parece ter desagradado ao articulista do Lethes (n.º 147, de 26 de Junho de 1866), que nos tem acompanhado entre aspas, foi, nesse mesmo domingo, à tarde, “a clássica tourada que como de costume foi muito concorrida na maior parte pela gente do campo, que dá a este bárbaro divertimento indessivel apreço!!”. E remata, parco na notícia: ”Quando findará este espectaculo que tão pouco se harmonisa, com as ideias da moderna civilização?” 
     Ficamos, ainda, a saber, pela leitura do mesmo jornal, que a “banda de musica – a Nova “ que tomou parte no domingo “na festa de S. João, com a apresentação do grupo dançante” o fez sem ser “subsidiada por pessoa alguma”. 
     E para os que a programação de 1866, do S. João em Ponte de Lima, não fosse atraente, havia, na mesma vila, o cosmorama que, na rua da Ponte, n.º 10, o Sr. Manuel José Rodrigues tinha estabelecido, “com 2 finos sterioscopios e 6 lentes com magnificas vistas”.

Crédito da Imagem: Illustração Popular,Lisboa, ano de 1866, n.º 4 - 4 de Fevereiro

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