"Propositadamente fui buscar à minha terra
um dos mais curiosos monumentos que o Tempo venceram, na afirmação dum passado
glorioso. O aspecto da singular Ermida do Anjo da Guarda, atalaia do famoso
arcanjo, pela qual o formoso Lima passa, rezando baixinho, na amena
religiosidade da paisagem mais colorida e cantante; onde se passam venturosos
os dias, ouvindo o enternecido canto dos rouxinóis embalados pelos braços
trémulos dos salgueiros, debruçados comovidamente sobra a transparência das
águas azuis.
Junto dessas pedras, anda ainda na
sonoridade misteriosa do vento, o ritmo apaixonado de dois grandes poetas,
almas eternamente cativas do amor e da saudade."
Lisboa, 27 de Maio de 1930
Alfredo Cândido
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