sábado, 17 de novembro de 2012

Há um povo...


(aos sem terra, de todas as terras)


Há um povo
a caminhar errante,
sem os pés em terra
que seja sua,
pagando portagens,
de miséria e dor,
ao egoísmo ancestral
dos donos
de mundos e almas.

Há um povo
que faz do corpo chão,
pisando-se
para levantar o pó
e nele moldar
o renascer da vida.

Há um povo,
corajoso,
chamado sem terra,
porque quer, de terra,
a que lhe brota das entranhas.

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