domingo, 5 de abril de 2015

PONTE DE LIMA - A SEMANA SANTA EM 1915


        Ponte de Lima – A Semana Santa em 1915 (28 de Março a 4 de Abril)

     Rezam as crónicas que decorreram sem nada de anormal as cerimónias da Semana Santa.
     Houve bênção dos Ramos, na Matriz, no domingo. Na terça-feira, o Sagrado Viático visitou os enfermos da vila. Na quinta-feira, a missa solene, a desnudação dos altares e o lausperene na Matriz, Misericórdia e Capela de S. Bartolomeu[i], matinas e laudes na Matriz e sermão da Instituição da Eucaristia, procissão do Senhor «Ecce Homo» com visita aos templos onde estava exposto o Santíssimo Sacramento.
     Na sexta-feira, depois das cerimónias da Paixão, saiu a procissão do enterro, seguida de sermão. No mesmo dia, matinas, laudes e sermão da Soledade.
     No sábado realizou-se a cerimónia da Aleluia.
     No domingo saiu da Matriz a procissão da Ressureição e, ao recolher da mesma, missa solene, na Matriz e na Misericórdia.
Os sermões foram proferidos pelo distinto orador sacro Padre António Luís Fernandes[ii] e agradaram muito.


[i] - Pode não ter acontecido «nada de anormal», como consta em fonte consultada, mas estamos muito perplexos com a referência a esta Capela (!?).  
[ii] - Nascido em Guimarães, a 31 de Janeiro de 1872, veio para Ponte de Lima de tenra idade e cá ficou. De 1892 a 1894 frequentou o seminário conciliar de Braga. Regressado a Ponte de Lima, começou, logo no ano seguinte, a distinguir-se como orador sacro. Foi pároco de Cepões, professor no Instituto Escolar Limarense, também na Escola Municipal Secundária de Ponte de Lima, presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, entre 1905 e 1908, director dos dois primeiros almanaques de Ponte de Lima (1907 e 1908), colaborador de diversos jornais, entre eles, de Ponte de Lima, o Eco do Lima e o Lima, e redactor de O Comércio do Lima. Durante a Monarquia do Norte, em 1919, ocupou o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Ponte de Lima, com o pelouro dos Impostos, sendo, também, director do Celeiro Municipal. Com a queda da efémera Monarquia do Norte partiu para o Brasil. Aquando do regresso foi pároco de Gondufe, onde se manifestaria a doença que o vitimou. Faleceu, na vila de Ponte de Lima, a 3 de Maio de 1925. Pelo menos deixou, editados em opúsculos, os elogios fúnebres que proferiu nas exéquias de Hintze Ribeiro e Pio X.

Fontes principais: jornais Cardeal Saraiva e O Comércio do Lima, vários números.

NOTA: Em conversa com José Velho Dantas, fui-me referido que a Capela da Casa da Freiria, Arcozelo,  é dedicada a S. Bartolomeu. Será a mencionada no texto?


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