Em 1924, depois de Gago Coutinho e Sacadura Cabral terem, em 1922, efectuado a ligação aérea Lisboa-Rio de Janeiro numa viagem muito atribulada, necessitando de três aviões para completar a mesma (dois perderam-se, acidentados), Brito Pais e Sarmento de Beires, a que se juntou, em parte do percurso, Manuel Gouveia, realizaram uma façanha de semelhante envergadura, ligando Portugal a Macau.
Na falta de interesse do Governo, talvez ainda não refeito dos custos da viagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, foi o recurso à subscrição pública que permitiu a partida, a bordo do avião “Pátria”, de Vila Nova de Mil Fontes, em Abril, sem Manuel Gouveia que se juntaria à tripulação em Tunes, e a abandonaria na Índia, na sequência de uma aterragem forçada que levou à destruição do aparelho.
Novo movimento nacional de apoio, autorização do Governo, e em Maio é comprado, na Índia, um outro avião, o “Pátria II”, que levou à finalização da viagem, em Junho, percorridos mais de 16.000 Km, embora o aparelho, devido ao mau tempo, tivesse aterrado, de emergência e muito danificado, na China e não em Macau que apenas sobrevoou.
No movimento nacional de apoio a esta viagem participou a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, então no Teatro Politeama, em Lisboa. Em 31 de Maio de 1924, esta Companhia efectuou um “grande festival em favor da viagem aérea Lisboa-Macau” em que teve actuação de destaque o ponte-limense, e actor da companhia, Tarquínio Vieira, principalmente na peça de Veva de Lima, À Luz dum Vitral, ao lado de Amélia Rey Colaço, Emília de Oliveira, Raul de Carvalho, Robles Monteiro e João Guerra.
Dias depois, a Companhia partiria em digressão, “pela província”, iniciada em Santarém, a 4 de Junho.
Sem comentários:
Enviar um comentário