A ROSA DO ADRO

No dia 19 de Agosto de 1937 chegava a Ponte de Lima uma equipa cinematográfica com o intuito de, neste concelho, gravar algumas cenas a incorporar no filme “A Rosa do Adro”.

Aqui, e para figurantes nos papéis de soldados liberais e miguelistas, foram recrutados diversos jovens que assim iriam ser, após Tarquínio Vieira que tinha já participado no filme “Bocage” de Leitão de Barros, dos primeiros ponte-limenses a entrar numa longa-metragem, a primitiva a incluir imagens do concelho de Ponte de Lima.

A equipa permaneceu em Ponte de Lima de 19 a 24 de Agosto, do referido ano, hospedando-se, as principais figuras, na Pensão Faria. Lá estiveram, entre outros, Chianca de Garcia, realizador, Artur Duarte, director de produção, e os actores Maria Lalande, Oliveira Martins e Tomás de Macedo.

O filme, baseado na obra de Manuel Maria Rodrigues, natural de Valença do Minho, “A Rosa do Adro”, um dos mais populares romances portugueses de todos os tempos, que já anteriormente fora objecto de uma versão cinematográfica, em 1919 (filme mudo), de Georges Pallu, com adaptação de Henrique Alegria, tinha agora, pela mão do próprio realizador, “o exemplo mais perfeito, até hoje visto por nós nas nossas produções, de uma autêntica adaptação cinematográfica”, na opinião da revista Cinéfilo.

Estreado em Lisboa, no Teatro da Trindade, a 3 de Fevereiro de 1938, passou em Ponte de Lima, no Teatro Diogo Bernardes, a 11 de Dezembro de 1938, em duas sessões, certamente no meio de enorme curiosidade.

Fontes: jornal Cardeal Saraiva; Ribeiro, M. Félix, Filmes, Figuras e Factos da História do Cinema Português; Matos-Cruz, José de, O Cais do Olhar.

(cena de "A Rosa do Adro", em Ponte de Lima.)