domingo, 27 de janeiro de 2008

Carnaval no Teatro Diogo Bernardes (1896 e 1897)


“Estamos com sorte, não há que ver.
Theatro lyrico em perspectiva(1), e á porta um sarau literário-dramatico-musical pela – TUNA ACADEMICA DE COIMBRA!(2)
Ao todo quarenta e seis distintos executantes, com a sua alma generosa e vehemente e o seu espírito sempre alegre e expansivo a dar ao quadro rutilações de um brilho intenso; encantador, suggestivo e impressionante!
Estamos com sorte, não há que ver.
Esta festa, nova entre nós e que muito tarde voltará, se voltar, realisa-se terça-feira de Carnaval no theatro Diogo Bernardes, que para este fim será primorosamente engalanado.
Uma commissão de cavalheiros receberá gentilmente a Tuna n’aquelle dia, a quem prestará seus bons serviços durante a sua curta permanência nesta villa.
No fim do sarau haverá baile de mascaras, a que certamente dará uma excepcional animação a presença dos ilustres académicos.”(
3)
O Teatro Diogo Bernardes, inaugurado em Ponte de Lima a 19 de Setembro de 1896 (4), no primeiro dia das “Feiras Novas”, desse ano, parece ter iniciado os seus bailes de carnaval, divertimento que a vila de há muito conhecia, na primeira oportunidade. Muitos outros se lhe seguiram...

(1)- Refere-se às óperas “D. Paschoal” e “Elixir d’amore”, a que já dedicamos texto anterior.
(2)- Fundada em 1888, com esta designação desde 1896.
(3)- A Semana, ano 5, n.º 250, 25 de Fevereiro de 1897 (recolha de Luís Dantas).

(4)- Há também notícia da realização de Bailes de Carnaval em 1896 (A Semana, n.º 198, 13 de Fevereiro de 1896), antes da inauguração oficial do Teatro, em organização e benefício dos Bombeiros locais. 

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