sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sobre Luís Dantas (A opinião do Padre Manuel Dias)



    
     Foram os traçados da nossa ancestralidade que os aproximaram – em meados dos anos 60 do Século XX – um como Mestre (o Padre Manuel Dias) outro como “Irmão Leigo”(1) (o Luís Dantas), e, desde então, caminharam conversando, enredando os saberes e os anseios, multiplicando interesses e abrindo perspectivas.
     Ao Padre Manuel Dias solicitou o Luís Dantas apoio, aquando da preparação do seu primeiro livro, Pedras Verdes, distanciados pelos mares (o Luís Dantas estava na Guiné a cumprir o seu serviço militar), unidos pelo fazer cultural.
     Na actualidade, levado o Luís Dantas do nosso convívio, o Padre Manuel Dias recorda que acompanhou “a evolução deste autor com muito agrado, porque estava a despertar ali um literato…”, e lamenta o seu desaparecimento que “em pujança criativa representa uma perda grande… agora que ele estava a ficar maduro… que estava a ser rico… a maneira dele falar e de investigar era uma coisa profunda!...”.
   Diz-nos que “era um valor que ia passando depressa sem se revelar… e agora que se estava a revelar!...”.
     Refere-nos que a sua escrita tinha a riqueza da conjugação do “popular, tirado das conversas com as figuras de Ponte de Lima, com o literato… essas tertúlias de Lisboa fizeram-lhe muito bem… é realmente um intelectual!...” senhor de uma escrita digna da primeira água dos criadores.
     E o resto fica subentendido nos calares que uma cumplicidade de quase 50 anos deixa exprimir.
    

(1) - Padre Manuel Dias, Limiana, Limici, Ponte de Lima, 1993, pp. IX.
[Publicado na Limiana – Revista de Informação, Cultura e Turismo, Ano V – N.º 24 – Outubro de 2011]

6 comentários:

JB disse...

Se existe um testemunho de limianismo ,uma cultura partilhada .O padre Dias e o Luís Dantas,infelizmente desaparecido tão cedo do nosso convivio.Eles deixam ,o padre Dias felizmente ,continua entre nós,uma herança às futuras gerações da nossa terra.

JB

L.Gonçalves disse...

Por estes tempos de indigencia ,refiro-me às coisas do espirito,trazer à nossa lembrança os valores da cultuta e do limianismo é sempre importante.
Conheço o percurso do Padre Manuel Dias,homem culto,estudioso e de uma grande sensibilidade e sabedoria. Quanto ao escritor Luis Dantas deixou-nos uma obra,com alguns livros de grande plenitude literária . A sua partida deste mundo,em plena fase criativa, deixa um vazio cultural e humano muito grande.

L.Gonçalves

Luís Pereira de Magalhães disse...

Dois homens de boa vontade e cultura reconhecida.
Mas na minha opinião o Padre Manuel Dias,um home discreto ainda não recebeu, em Ponte de Lima , o merecido reconhecimento.
O historiador Luís Dantas partiu cedo de mais.Ainda um mês antes,Março de 2011,o encontramos em Ponte de Lima,aquando da entrega pelo Municipio da Medalha de mérito cultural. Não esquecemos a sua singular alegria de viver e que a todos se estendia.

Luís Pereira de Magalhães

JL disse...

Padre Manuel Dias e Luís Sousa Dantas, 2 gerações de limianos com uma cumplicidade cultural muito grande ao longo dos anos.
Dois homens discretos que, de uma certa forma,deixam a sua herança de limianismo .O mais novo, o Luis, deixou-nos muito cedo.

JL

Fernandes Trigo disse...

O Luís Sousa Dantas e o Padre Manuel Dias são duas figuras gradas da nossa cultura.
Numa altura em que se procura abrir portas à pior mediocridade.
A hora é de defender os valores cativos e maiores da herança do nosso limianismo.

Fernandes Trigo - Lisboa

JBP disse...

O padre Manuel Dias e o escritor Luis Dantas ,como acima muito bem se diz,representam o que de melhor,culturalmente existe,do nosso limianismo.Que Ponte de Lima nun ca deles se esqueça. O Luís partiu cedo,com tanto para nos dar ainda . O padre Dias é um testemunho vivo dos nossos valores.

JBP