quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Crítica


A CRÍTICA



A crítica, na sua forma pejorativa, ao contrário do que alguns podem supor, é actividade que o homem adoptou desde tempos recuados.
     Séneca, o filósofo romano contemporâneo de Jesus Cristo, escrevia que “os homens podem-se dividir em dois grupos: os que seguem em frente e fazem alguma coisa e os que vão atrás a criticar”.
     Muitos séculos depois, A. Lincoln, talvez cansado com aqueles que nada fazendo nada querem que seja feito, afirmava que “tem o direito de criticar o que tem a coragem de ajudar”.
     A crítica é, na essência, uma actividade salutar: analisa e confronta ideias, mostra perspectivas diversas, potencia a criatividade. Infelizmente, transformada em critiquice, ela é pervertida vezes demais para poder manter impoluta a credibilidade que merece e a importância para o desenvolvimento humano que contém.
     Mal utilizada ou mal interpretada, há quem confunda, de um lado e de outro, crítica com insulto.

                                              José Sousa Vieira
(1ª publicação: límia – Revista Regional, n.º 20, Agosto de 1996)


Ilustração: Capa de Alfredo Cândido, revista Brasil-Portugal, demonstrativa de uma crítica criativa e inteligente, não incluída na primeira publicação.

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