A CRÍTICA
A crítica, na sua forma
pejorativa, ao contrário do que alguns podem supor, é actividade que o homem
adoptou desde tempos recuados.
Séneca, o filósofo romano contemporâneo de
Jesus Cristo, escrevia que “os homens podem-se dividir em dois grupos: os que
seguem em frente e fazem alguma coisa e os que vão atrás a criticar”.
Muitos séculos depois, A. Lincoln, talvez
cansado com aqueles que nada fazendo nada querem que seja feito, afirmava que “tem
o direito de criticar o que tem a coragem de ajudar”.
A crítica é, na essência, uma actividade
salutar: analisa e confronta ideias, mostra perspectivas diversas, potencia a
criatividade. Infelizmente, transformada em critiquice, ela é pervertida vezes
demais para poder manter impoluta a credibilidade que merece e a importância
para o desenvolvimento humano que contém.
Mal utilizada ou mal interpretada, há quem
confunda, de um lado e de outro, crítica com insulto.
José Sousa Vieira
(1ª publicação: límia – Revista Regional, n.º 20, Agosto
de 1996)
Ilustração: Capa de Alfredo Cândido, revista Brasil-Portugal, demonstrativa de uma crítica criativa e inteligente, não incluída na primeira publicação.
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