segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ponte de Lima, nas primícias de novo ciclo autárquico


  

    Apurados os resultados provisórios das eleições autárquicas de 2013, e em breve apontamento comparativo com as eleições de 2009, sem ter em consideração os resultados para as Assembleias de Freguesia que, em alguns casos, podem ter potenciado a modificação do sentido de voto anterior também em outros órgãos, o que ressalta da decisão dos eleitores é uma significativa diminuição de votos nas listas do CDS e uma forte divisão do potencial eleitorado do PSD que, por esse facto, obteve o seu pior resultado.


1.       Câmara Municipal

       Como todos sabem, o desentendimento, entre o único vereador eleito pelo PSD em 2009 e as estruturas do seu partido, levou Filipe Viana a apresentar, agora em Grupo de Cidadãos – Movimento 51, nova candidatura aos órgãos municipais do Concelho de Ponte de Lima, tendo conseguido a eleição como vereador, em detrimento do CDS, com 12,05% dos votos (3.325).  
    O CDS viu diminuída a sua votação e número de eleitos, de 64,37% (18.496 votos) para 54,30% (14.982 votos), perdendo 19,00% do seu eleitorado, e de 6 para 5.
    O PSD passou de 19,67% (5.652 votos) para 15,85% (4.374 votos), perdendo 22,61% do seu eleitorado, mas mantendo, no entanto, 1 vereador.
   O PS, que em 2009 obtera 10,31% (2.964 votos), teve 9,28% (2.560 votos), perdendo 13,43% do seu eleitorado.
   A CDU foi a única força política que aumentou, e com expressão percentual (25,00%), a sua votação, de 2,88% (829 votos) para 3,75% (1.035 votos)
   Os votos brancos e nulos aumentaram 520, de 795 para 1.315.
   A abstenção também cresceu, pois votaram menos 1.145 eleitores do que em 2009, a que há a adicionar o aumento de número de inscritos em 394, o que significa que se abstiveram novos 1.539 potenciais eleitores (e não temos forma de contabilizar o número de abstencionistas forçados).  
   Assim a maioria dos 3.325 votos para a lista encabeçado por Filipe Viana, grosso modo, transitaram do CDS, que perdeu 3.514 votos, e do PSD, que viu diminuído em 1.278 o seu número de votos.
   Os 1.467 votos excedentários repartiram-se entre a abstenção, a maioria, os brancos e os nulos.
  O PS perdeu 404 votos e a CDU aumentou 206. Se, por simplicidade, considerarmos que os novos votos da CDU saíram do PS, os restantes 198, no mesmo critério, foram para a abstenção, os brancos e os nulos.

2.       Assembleia Municipal

        Para este Órgão, releva o forte retrocesso do CDS e o aparecimento do Grupo de Cidadãos Movimento 51. O PSD, apesar de, também nesta eleição, ter a sua mais fraca expressão eleitoral de sempre, conseguiu conter melhor as perdas do que para o Órgão Executivo.
    O CDS teve menos 4.064 votos (23,20%), de 17.521 (60,97%), passou para 13.457 (48,78%).
    O PSD perdeu 962 votos (16,14%), de 5.959 (20,72%) recuou para 4.997 (18,11%).
    O PS ficou com 2.937 votos (10,65%), menos 335 (10,24%) do que em 2009 (3.272 – 11,39%)
    A CDU aumentou a sua votação em 7,08%, 78 votos (1.180 – 4,28%, contra os 1.102 – 3,83% de 2009).
   O Movimento 51 obteve 3.491 votos (12,65%), oriundos maioritariamente, possivelmente, de anteriores eleitores do CDS e do PSD que também ajudaram a aumentar o contingente de votos brancos e nulos e a abstenção.
    Os votos brancos e nulos aumentaram em 643 (de 884, em 2009, para 1527, em 2013). A abstenção também aumentou, tendo votado menos 1543 pontenciais eleitores.*
   Devido à reorganização, a eleição directa de membros para a Assembleia Municipal passou de 52 para 40. O CDS, que tinha 33 eleitos, ficou com 22. O PSD de 11 passou a 8. O Movimento 51 elegeu 5. O PS de 6 passou para 4. A CDU de 2 para 1.

Fontes: eleicoes.cne.pt (resultados de 2009); autarquicas2013.mj.pt (resultados de 2013, ).

*- Não existindo coincidência, no que se refere aos dados apresentados nos dois portais, ambos oficiais, optamos por trabalhar os referentes a 2009 a partir da CNE e, os de 2013, do MJ. Ainda assim, se notam algumas pequenas discrepâncias. Esta opção levou à rectificação de alguns resultados que, no essencial, em nada alteram as leituras já anteriormente aduzidas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Agora devem sentar-se a volta da mesma mesa e trabalhar todos em conjunto para o desenvolvimento do concelho,e pôr de lado as politiquices;