quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ponte de Lima - um Município na lupa eleitoral



   Desde 1976, as primeiras eleições autárquicas realizadas em conformidade com a Constituição da República Portuguesa aprovada nesse mesmo ano, que a Presidência da Câmara Municipal de Ponte de Lima apenas conhece uma cor política: a do CDS[1].
   Em todas as 11 eleições municipais, sempre o CDS, sozinho ou coligado na AD, garantiu a presidência da Câmara, e só em duas ocasiões, 1976 e 1985, sem maioria absoluta.
   De 1976 a 1993, cortado pela presença da AD, existiu maior equilíbrio eleitoral. Em 1976 foram eleitos 3 membros oriundos da lista do CDS, 3 do PSD e 1 do PS. Em 1979, a AD obteve 6 mandatos e o PS 1. Em 1982, a AD conseguiu eleger 5 membros e o PS 2. Em 1985, o CDS elegeu 3 membros, o PSD, 3 e o PS, 1. Em 1989, o CDS elegeu 4 membros e o PSD, 3. Em 1993, novamente o CDS com 4 e o PSD com 3.
   A partir desta eleição, interrompida pela de 2001, a do ano da Lista de Cidadãos, que o CDS consegue maior domínio. Em 1997, o CDS obteve 5 mandatos, contra 2 do PSD. Em 2001, o tal ano da candidatura de Daniel Campelo à frente de lista de cidadãos, esta obteve 4 mandatos contra 2 do PSD e 1 do PS. Em 2005, o CDS teve 5 mandatos, o PSD, 1 e o PS., 1. Em 2009, o CDS conseguiu 6 eleitos, contra 1 do PSD. No corrente ano, o CDS obteve 5 mandatos, o PSD, 1 e o Movimento 51, encabeçado pelo anterior vereador do PSD, também 1.
   Retirando os anos de coligação, o CDS obteve o seu melhor resultado em 2009 (64,37% dos votos e 6 eleitos), e o pior em 1985 (42,57% dos votos e 3 eleitos); o PSD teve a sua melhor expressão eleitoral em 1989 (39,66% dos votos e 3 eleitos), e a pior em 2013 (15,85% dos votos e 1 eleito). O PS fez o seu melhor em 1982 (23,37% dos votos e 2 eleitos), e o seu pior em 1989 (8,57% dos votos e nenhum eleito). Quanto à CDU, o seu melhor é de 1982 (7,10% e 0 eleitos) e o seu pior de 1997 (1,72% dos votos e 0 eleitos). Em 1985 concorreu, também, o PRD que conseguiu, sem qualquer eleito, 3,31% dos votos. Em 1993, o PPM apresentou-se a sufrágio, ficando com 0,99% dos votos e nenhum eleito.
 
    A eleição para a Assembleia Municipal conhece um hiato no domínio do CDS. De facto, em 1989 é o PSD o partido mais votado para este Órgão, sem conseguir a maioria absoluta dos eleitos (obteve 23 dos 52 eleitos).
   Em todas as outras eleições, e também aqui retiramos os anos de coligação, é o CDS o partido mais votado, sempre sem maioria absoluta até 1993 inclusive e com ela em todas as eleições posteriores, mas, sempre, com menor expressão eleitoral do que para a Câmara Municipal.
   O CDS tem o meu melhor em 2009 (60,97%), e o seu pior em 1989 (39,01%). O PSD consegue o seu melhor, sendo mesmo o partido mais votado, como já referido, em 1989 (42,34%), e o seu pior em 2013 (18,11%). O PS arrecada, em 1982, 22,98% dos votos, em 2013, consegue 10,65%. A CDU, em 1982 tem 7,29% dos votos e em 1997, 2,73%. Em 1985 concorreu o PRD que conseguiu 3,31% dos votos. Este ano, 2013, o Movimento 51 obteve 12,65% dos votos e elegeu 5 membros, dos agora 40 eleitos directamente para este órgão. Anteriormente eram eleitos 52 membros para a Assembleia Municipal a que se juntavam, por inerência do seu cargo, 51 presidentes de junta. Com a nova ordenação, passam a participar, na Assembleia Municipal, 39 presidentes de junta, menos 12 que anteriormente, tantas são as juntas que foram extintas.



[1] - Como todos sabemos, em 2001, Daniel Campelo, então em conflito com a direcção do seu partido, apresentou-se em lista de cidadãos. No entanto, para a Assembleia Municipal não concorreu, sim o CDS que, por sua vez, não se apresentou a sufrágio para a Câmara Municipal. Na prática, ambas as listas eram apoiadas e constituídas, maioritariamente, por afectos àquela força política.

Nota: por facilidade de leitura, não se teve em atenção as alterações de designação por que passaram diversas forças políticas, utilizando-se a que, agora, está mais vulgarizada.

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