quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A primeira visita do casal Feijó a Ponte de Lima





     O noivado foi atribulado, mas o casamento, sanados os desacertos que António Feijó foi referindo[1], concretizou-se a 24 de Setembro de 1900[2].
      De Paris, onde chegaram a 1 de Outubro desse ano, Maria Carmen Mercedes Joana Lewin e António Joaquim de Castro Feijó, partiram com destino a Portugal, a 22 do mesmo mês. Terão chegado ao Porto a 25 e efectuaram visita, de diversos dias, a Braga, alojando-se no Bom Jesus. Decidiram, então, rumar para Ponte de Lima, onde apareceram a 3 de Novembro, um sábado. “Algumas das mais gradas pessoas dali, tendo disso conhecimento, mandaram queimar grande quantidade de fogo.”[3] No dia seguinte jantou o casal no Paço de Calheiros, e, no regresso a Ponte de Lima, foram “hospedar-se na antiga casa do Banco, sendo cumprimentados pelo corpo activo dos bombeiros voluntários, tocando a respectiva banda durante algumas horas, em frente daquela casa.”[4]
      No dia 6, jantaram em Bertiandos, a convite do respectivo Conde. A 7, seguiram em direcção a Lisboa.
     Embora o casal só tenha deixado Portugal a 4 de Julho de 1901, para que o primeiro filho  nascesse em Paris, o que aconteceu a 21 desse mês, não se conhece qualquer outra sua visita, durante essa longa estadia[5], à terra natal do poeta. Talvez António Feijó tenha ficado receoso do que relata ao seu amigo Luís de Magalhães, em carta de "Ponte do Lima, 6 de Novembro de 1900": “ Minha mulher continua a achar isto muito bonito; disse-me até que gostava de ficar aqui meses, se eu arranjasse uma casa na aldeia. Deus me defenda porém de tal ideia, porque o campo não me seduz grandemente.”[6]


Ilustração: Postal Ilustrado, incluído na 2.ª edição do Grande-Hotel Marcos, Ponte de Lima, 1908.
    




[1]  Ver António Feijó – Cartas a Luís de Magalhães, Vol. I, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004.
[2] É esta a data geralmente mencionada. Em carta datada de 20 de Setembro, a Luís de Magalhães, Feijó refere: ”dentro de três dias estou casado”.
[3]  A Aurora do Lima, n.º 6759, 07 de Novembro de 1900.
[4]  A Aurora do Lima, n.º 6759, 07 de Novembro de 1900.
[5]  António Feijó – Cartas a Luís de Magalhães, Vol. II, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004.
[6]  António Feijó – Cartas a Luís de Magalhães, Vol. I, pp.459, Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 2004

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