Imprensa periódica surgida em Ponte de Lima, durante a 1.ª República.
A imprensa escrita surgiu em Ponte de Lima, ao que se sabe, em 1865, com o jornal O Lethes, e desse ano até Outubro de 1910 apareceram mais de 30 novos títulos, entre eles o Cardeal Saraiva, único sobrevivente, que se publica desde 15 de Fevereiro de 1910.
Durante a 1.ª República nasceram, pelo menos, 9 novos títulos, que abaixo se enumeram e todos já extintos, e o “Estado Novo” quase passava sem deixar nova marca jornalística. No impasse surgido com o falecimento de Avelino Guimarães, então proprietário e director do jornal Cardeal Saraiva, com direcção de Alcides Pereira foi lançado o jornal O Lima, o 2.º desse título em Ponte de Lima, que se editou de 12 de Março de 1960 a 23 de Dezembro de 1961.
Após o 25 de Abril recordamos O Povo do Lima (1975); À Margem do Lima (1979); O Anunciador das Feiras Novas (a partir de 1984), que aqui figura pois, pela diversidade temática e qualidade de muita da colaboração, é mais do que um “anunciador de festividade”; límia – revista regional (1993-1997), de saudosa memória; jornal Alto-Minho (a partir de 1995), que apesar de surgido numa época difícil para a imprensa escrita, principalmente a local e regional, tem conseguido prosperar; Lima-Viva, surgido em 2004, que sendo, essencialmente, um quinzenário publicitário conseguiu, enquanto se publicou, incluir informação de interesse com destaque para a coluna de Alexandra Esteves; Novo Panorama (2010) que desde 2011 tem a sua sede em Ponte de Lima e demonstra atenção às temáticas limarenses.
Também não esquecemos outras publicações, de antes e após o 25 de Abril de 1974, de órgãos do poder local, paróquias, colectividades, escolas, etc., mas que, pelas suas características, nos dispensamos de pormenorizar.
Quanto ao Arquivo de Ponte de Lima, com volumes referentes aos anos de 1980 a 1993, primeiro dirigido por José Rosa de Araújo e depois por João Gomes de Abreu de Lima, com inegável interesse e cujo desaparecimento entristece, atendendo a que a sua edição, geralmente, não era coincidente com a data de capa (o que sabemos, com menor visibilidade, também aconteceu com outros títulos) sai do conceito de imprensa periódica.
Imprensa periódica – novos títulos (1910-1926)
1.º - (jornal) Armazéns de Lisboa, 1911, Direcção de José Alves de Sousa Júnior*.
2.º - (jornal) Notícias do Lima, semanário, direcção de Domingos Barbosa, aparecido em 1912, conforme noticiava o jornal O Commercio do Lima, n.º 279, de 17/2/1912.
3.º - (revista) Limiana, revista literária, com 12 números publicados entre Julho de 1912 e Outubro de 1917 com direcção de Severino de Faria e Júlio de Lemos.
4.º - (jornal) Democracia do Lima, com o 1.º número publicado em 9 de Janeiro de 1921, dirigido por Teófilo Carneiro, um nome de referência da cultura e política ponte-limense, e que subsistiu até ao n.º 69, de 21 de Maio de 1922. Cremos que a sua curta existência se deveu à eleição para deputado, pelo Partido Republicano Português (Democrático), de Teófilo Carneiro que assoberbado com o trabalho parlamentar não quis, artificialmente, manter a publicação de que era o grande impulsionador.
5.º - (jornal) A Risota,, iniciativa “da alegre rapaziada pontelimense...um pequenino semanário humorístico...” (Cardeal Saraiva, n.º 452 de 3 de Fevereiro de 1921), com direcção de José Maria de Oliveira Pimenta.
6.º - (jornal) O Kodak, “novo quinzenário local ...muito bem redigido e com excelente aspecto gráfico”, refere o jornal Democracia do Lima, no seu n.º 33 de 28/8/1921, com direcção de João José Correia; Redacção e Administração de Manuel Ferreira e António Amorim.
7.º - (revista) A Junta Escolar, 1921, mensal, pedagógica, artística e de elucidação para os Secretários das Juntas Escolares e para todos os professsores do ensino primário geral. Ed. Caetano José de Oliveira
8.º - (jornal) Rio Lima, aparecido em 31 de Dezembro de 1922, com edição, propriedade e direcção de Eduardo de Castro e Sousa. Foi, de todas as publicações periódicas surgidas durante a 1.ª República (1910-1926), a que mais tempo resistiu.. Embora tivesse diversas interrupções, e alterações de periodicidade,.ainda se publicava em 1937.
9.º - (jornal) - O Independente, 1925, semanário republicano, Propriedade e redacção de Geraldo Dantas
Importa referir que nos Anais Municipais de Ponte de Lima é mencionado o aparecimento, em Julho de 1912, do jornal A Semana. No entanto, desconhecemos se assim terá sido e parece tratar-se de uma gralha que alterou o teor e a colocação da informação no texto. Possivelmente, Júlio de Lemos pretendia noticiar o reaparecimento do antigo semanário A Semana, substituindo o Echo do Lima, em 1910 (Cf. O Commercio do Lima, n.º 184 de 19 de Março de 1910).
Também, durante a 1.ª República, surgem o 5.º e 6.º volumes do Almanaque de Ponte de Lima, com direcção de António de Magalhães ( 5.º -1923) e Júlio de Lemos ( 6.º - 1924), sendo, na prática, uma nova revista pois já não ligada ao jornal O Commercio do Lima, como acontecia anteriormente.
*José Rosa de Araújo, na sua Limiana, n.º 66 de 19 de Setembro de 1986 (jornal Cardeal Saraiva n.º 3.176), refere, “Armazéns de Lisboa”, como jornal trimestral com direcção de José Alves de Sousa e órgão do partido de modas e novidades. Terá sido publicado entre 1911 e 1912.
Não temos elementos que nos permitam, com rigor, ordenar os títulos listados (de 1 a 9), por data de aparecimento e, de alguns deles, a sua duração.
Fontes:
Lemos, Miguel Roque dos Reis – Anais Municipais de Ponte de Lima, 1938.
Veloso, Lúcia Mariano; Sousa, José M. Mota de (org.) Publicações Periódicas Portuguesas existentes na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (1911-1926), Coimbra, 1991.
A imprensa escrita surgiu em Ponte de Lima, ao que se sabe, em 1865, com o jornal O Lethes, e desse ano até Outubro de 1910 apareceram mais de 30 novos títulos, entre eles o Cardeal Saraiva, único sobrevivente, que se publica desde 15 de Fevereiro de 1910.
Durante a 1.ª República nasceram, pelo menos, 9 novos títulos, que abaixo se enumeram e todos já extintos, e o “Estado Novo” quase passava sem deixar nova marca jornalística. No impasse surgido com o falecimento de Avelino Guimarães, então proprietário e director do jornal Cardeal Saraiva, com direcção de Alcides Pereira foi lançado o jornal O Lima, o 2.º desse título em Ponte de Lima, que se editou de 12 de Março de 1960 a 23 de Dezembro de 1961.
Após o 25 de Abril recordamos O Povo do Lima (1975); À Margem do Lima (1979); O Anunciador das Feiras Novas (a partir de 1984), que aqui figura pois, pela diversidade temática e qualidade de muita da colaboração, é mais do que um “anunciador de festividade”; límia – revista regional (1993-1997), de saudosa memória; jornal Alto-Minho (a partir de 1995), que apesar de surgido numa época difícil para a imprensa escrita, principalmente a local e regional, tem conseguido prosperar; Lima-Viva, surgido em 2004, que sendo, essencialmente, um quinzenário publicitário conseguiu, enquanto se publicou, incluir informação de interesse com destaque para a coluna de Alexandra Esteves; Novo Panorama (2010) que desde 2011 tem a sua sede em Ponte de Lima e demonstra atenção às temáticas limarenses.
Também não esquecemos outras publicações, de antes e após o 25 de Abril de 1974, de órgãos do poder local, paróquias, colectividades, escolas, etc., mas que, pelas suas características, nos dispensamos de pormenorizar.
Quanto ao Arquivo de Ponte de Lima, com volumes referentes aos anos de 1980 a 1993, primeiro dirigido por José Rosa de Araújo e depois por João Gomes de Abreu de Lima, com inegável interesse e cujo desaparecimento entristece, atendendo a que a sua edição, geralmente, não era coincidente com a data de capa (o que sabemos, com menor visibilidade, também aconteceu com outros títulos) sai do conceito de imprensa periódica.
Imprensa periódica – novos títulos (1910-1926)
1.º - (jornal) Armazéns de Lisboa, 1911, Direcção de José Alves de Sousa Júnior*.
2.º - (jornal) Notícias do Lima, semanário, direcção de Domingos Barbosa, aparecido em 1912, conforme noticiava o jornal O Commercio do Lima, n.º 279, de 17/2/1912.
3.º - (revista) Limiana, revista literária, com 12 números publicados entre Julho de 1912 e Outubro de 1917 com direcção de Severino de Faria e Júlio de Lemos.
4.º - (jornal) Democracia do Lima, com o 1.º número publicado em 9 de Janeiro de 1921, dirigido por Teófilo Carneiro, um nome de referência da cultura e política ponte-limense, e que subsistiu até ao n.º 69, de 21 de Maio de 1922. Cremos que a sua curta existência se deveu à eleição para deputado, pelo Partido Republicano Português (Democrático), de Teófilo Carneiro que assoberbado com o trabalho parlamentar não quis, artificialmente, manter a publicação de que era o grande impulsionador.
5.º - (jornal) A Risota,, iniciativa “da alegre rapaziada pontelimense...um pequenino semanário humorístico...” (Cardeal Saraiva, n.º 452 de 3 de Fevereiro de 1921), com direcção de José Maria de Oliveira Pimenta.
6.º - (jornal) O Kodak, “novo quinzenário local ...muito bem redigido e com excelente aspecto gráfico”, refere o jornal Democracia do Lima, no seu n.º 33 de 28/8/1921, com direcção de João José Correia; Redacção e Administração de Manuel Ferreira e António Amorim.
7.º - (revista) A Junta Escolar, 1921, mensal, pedagógica, artística e de elucidação para os Secretários das Juntas Escolares e para todos os professsores do ensino primário geral. Ed. Caetano José de Oliveira
8.º - (jornal) Rio Lima, aparecido em 31 de Dezembro de 1922, com edição, propriedade e direcção de Eduardo de Castro e Sousa. Foi, de todas as publicações periódicas surgidas durante a 1.ª República (1910-1926), a que mais tempo resistiu.. Embora tivesse diversas interrupções, e alterações de periodicidade,.ainda se publicava em 1937.
9.º - (jornal) - O Independente, 1925, semanário republicano, Propriedade e redacção de Geraldo Dantas
Importa referir que nos Anais Municipais de Ponte de Lima é mencionado o aparecimento, em Julho de 1912, do jornal A Semana. No entanto, desconhecemos se assim terá sido e parece tratar-se de uma gralha que alterou o teor e a colocação da informação no texto. Possivelmente, Júlio de Lemos pretendia noticiar o reaparecimento do antigo semanário A Semana, substituindo o Echo do Lima, em 1910 (Cf. O Commercio do Lima, n.º 184 de 19 de Março de 1910).
Também, durante a 1.ª República, surgem o 5.º e 6.º volumes do Almanaque de Ponte de Lima, com direcção de António de Magalhães ( 5.º -1923) e Júlio de Lemos ( 6.º - 1924), sendo, na prática, uma nova revista pois já não ligada ao jornal O Commercio do Lima, como acontecia anteriormente.
*José Rosa de Araújo, na sua Limiana, n.º 66 de 19 de Setembro de 1986 (jornal Cardeal Saraiva n.º 3.176), refere, “Armazéns de Lisboa”, como jornal trimestral com direcção de José Alves de Sousa e órgão do partido de modas e novidades. Terá sido publicado entre 1911 e 1912.
Não temos elementos que nos permitam, com rigor, ordenar os títulos listados (de 1 a 9), por data de aparecimento e, de alguns deles, a sua duração.
Fontes:
Lemos, Miguel Roque dos Reis – Anais Municipais de Ponte de Lima, 1938.
Veloso, Lúcia Mariano; Sousa, José M. Mota de (org.) Publicações Periódicas Portuguesas existentes na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (1911-1926), Coimbra, 1991.
Araújo, José Rosa de - Limiana, Ponte de Lima, 1993.
Imprensa local, diversos títulos.
Imprensa local, diversos títulos.
[actualizado em 2012.10.08]
3 comentários:
Um artigo bastante interessante e cativante. Ao lê-lo lembrei-me de um revista do final da década de 80 que ficou praticamente pelo projecto, a “Revista do Minho” que me lembro de distribuir numas Feiras Novas.
Já agora o Povo do Lima ainda existe?
Conforme refere "Numa", com data de capa de Dezembro de 1986, apareceu o n.1, da Revista do Minho, "que ficou praticamente pelo projecto". De facto, só conhecemos esse primeiro número. A propriedade e direcção da Revista do Minho, que se pretendia mensal e de informação, cultura e turismo, era de Mário Leitão.
Do quinzenário O Povo do Lima, apenas podemos informar o que consta da Nota da Redacção, do seu número 698 de 11 de Dezembro de 2006, assinada por C.P. (Padre Casimiro Pereira), onde é anunciada a suspensão do jornal "até que apareça alguém com coragem para retomar a publicação".
Os assinantes e leitores deste título,ligado à Igreja Católica, e na falta deste, são convidados a assinarem o "Jornal "Notícias de Viana", órgão da nossa diocese."
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